Na fadiga do dia
Meu corpo exaurido
Na labuta pelo pão
Mais um arrebol de poesias
Um pôr-do-sol merecido
vencido foi mais um leão
Enfim mais uma noite
Posso, então, dormir
Descansar, paz sentir
Livre de mental açoite
Sou som de sino
No ouvido tinindo
Traquino afeito menino
A fazer meu destino
Disparo meus versos
No enfaro do ermo
Amparado-me em universos
Em fuga continua do esmo
A sonhar na minha realidade
Contumaz sonho de liberdade
Voltando a ser eu mesmo
(No meu sonho escrevo poesias
Sei que não me lembro
Quando acordo
Mas, o que me importa?
Contanto que a porta
Da minha casa esteja
Sempre aberta
Para habitar a poesia
Contanto que eu acorde
Ao som dos primeiros acordes
De um novo dia:
Pássaros a cantar
Chamando o sol que logo nascerá)
Rikardo Barretto
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