Do fulgir do sol a alta-noite
Quero mais tempo para meu olhar
Enquanto, todos dormem
Vejo o céu que resvala
Na noite que lavra minhas palavras
Na noite que abre as asas
E voa dos meus olhos
Levada pelo vento dos sonhos
Entre conchas desses sonhos
E areias de pensamentos
Ao som embevecido
De ondas de um mar bravio
De desejos que rasgam
As súbitas noites de outono
Correm dos meus olhos, o sono
a divagar pelas vertentes
Do meu pensar
Que sempre reverberou-me
Em meu silêncio
Em meu silêncio
No olhar tênue, trêmulas estrelas
Prisioneiras da solidão
Azuis e verdes
Violetas e vermelhas
No súbito caleidoscópio
Na imensidão dos céus
A pintar meu rosto
Em contrastes de cores
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