Quisera tê-la, tão somente
Em meu intrínseco querer,
(diluída em meus poros,
Como a água absorvida
Por terra árida)
Quisera vê-la, não somente,
Em efêmero sonho:
No céu lírico
De estrelas cinzas
No luar quimérico
De uma noite
Esquecida no esmo
A bailar o pólo do pensamento
Impelido pelas correntes
Impetuosas do vento.
- A ressonância de uma
Tremula voz
Vestida de palavras
Que sangram
Sobre a densa sombra de bruma
A ocultar o horizonte
Que dormi arrefecido
Silencioso, obscuro
Debruçado em minh'alma
Inerte no sonho
No gélido olhar,
- Quimera de uma paixão.
(Por querê-te, deveras,
Intensamente, desvairadamente
Deixo-te livre).
Rikardo Barretto
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