quinta-feira, 28 de agosto de 2014

LIXO NO CARTÃO POSTAL



Lixo, lixo no cartão postal,
Mas está meio escondido não faz mal
Com seres humanos dependendo dele pra sobreviver
Há crianças, há também animais
Cachorros, urubus ou tanto faz
Ali é muito mais difícil a vida entender

No alto, cata-ventos geradores de energia
 E pinturas rupestres de outrora de longos dias
O passado e o presente formam um lindo postal
Todavia, em baixo dessas vertentes há pilhas de sujidade
Imundície, entulho quem adveio da cidade
Fetos, seringas com sangue e lixo de hospital

Não há como compreender tal contraste e descaso
Qual o valor de uma vida por acaso?
Não, meu espanto não é por haver o lixão
Muito menos por ser em um local histórico
Que hoje é mais que alegórico
Mas por vê vidas em sub-humana situação

Há lixo sim, há lixo no cartão postal
Há também vidas e pra muitos isso é normal
Há indiferença e esquecimento
E pouco se faz pelos nossos irmãos que lá estão
Do lixo tiram o sustento e sonham em vão
Todavia seguem com fé apesar do sofrimento

Rikardo Barretto



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